domingo, 23 de novembro de 2008

Língua Portuguesa
Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
De alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!



Amo o teu viço agreste e o teu viço
virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,


Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
Em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

2 comentários:

Flávia Rodrigues disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fabiana disse...

Olá! Flávia. Amiga, não podia deixar de passar por aqui para contemplar o desabrochar de um grande projeto iniciado por você. Esse blog nos proporcionará além de cultura muitas descobertas. Parabéns pela iniciativa!

Fabiana Gomes