A Língua Portuguesa tem sua origem no Latim. Para entender como se deram as transformações lingüísticas sofridas por ela, é necessário compreender todo o processo de expansão e transformação que ocorreu com a língua que foi outrora o meio maior de comunicação de todo um Império para hoje afirmarmos, segundo Coutinho (1976, p. 46), “... que o Português é o próprio Latim modificado”.
O latim era a Língua falada pelos romanos, povo que teve, através do seu Império, uma grande expansão pelo mundo, porém esta língua se subdividiu em duas vertentes, o Latim Clássico, chamado de sermo urbanus e o Latim Vulgar o sermo vulgaris. Como afirma Coutinho (1976,p.28), “não eram duas línguas diferentes, mas dois aspectos da mesma língua. Um surgiu do outro, como a árvore da semente”.
O sermo urbanus foi difundido por meio da língua escrita, com sua configuração nas obras dos escritores latinos. Usado pela classe culta, poetas, juristas, teatrólogos e por pessoas ligadas ao estudo da Literatura e da Gramática, era pouco acessível às classes menos favorecidas. Tinha como características um vocabulário apurado; o não uso de arcaísmos, neologismos ou palavras estrangeiras; correção gramatical e elegância de estilo; presença de cinco declinações com seis casos cada uma; quatro conjugações verbais; preferência pela ordem inversa; pequeno uso de preposições e era uma língua sintética. Por ser em sua maioria escrita ou usada pelos patrícios em situações de formalidade, era uma língua artificial, rígida que não refletia a vida vibrante do povo.
Já, o vértice do Latim que refletia bem o dinamismo do povo era o sermo vulgaris , primeiramente falado pelas classes inferiores do povo romano como militares, operários, agricultores, enfim, por toda a classe plebéia. Suas principais características eram opostas às do Latim Clássico. Havia grande emprego de arcaísmos, neologismos e estrangeirismos; não havia a preocupação com a correção gramatical e a elegância; por ser uma língua falada, houve confusão entre as declinações que se reduziram a três, e entre os casos, reduzidos a dois. No que se refere às conjugações, eram apenas três; e largo era o emprego de formas verbais compostas. Por ser uma língua analítica, tinha preferência pela ordem direta e um vasto emprego de proposições e de diminutivos.
À medida que o Império Romano se expandia, a língua latina era veiculada aos povos dominados que a usavam como língua oficial nos contatos com o dominador. O sermo vulgaris chegava aos novos domínios por meio dos militares, comerciantes dentre outros usuários do latim vulgar.
Do contato do latim com outras línguas surge uma situação lingüística de bilingüismo e era natural que o latim sofresse influências e mudanças, pois estava agindo sobre esta língua pressões paradigmáticas e sintagmáticas do sistema. Para entender melhor como a transformação de uma língua ocorre, é preciso compreender como estas pressões agem na mudança de um idioma e como agiram sobre o latim.
A pressão sintagmática tem ação interna, visto que um língua está sempre em transformação, pois os falantes criam, para implementarem o ato comunicativo, construções e palavras com o material lingüístico que está disponível em sua língua, fazendo com que exista uma mudança de dentro para fora.
Já a pressão paradigmática é uma força que age externamente ao idioma, como o encontro com outras línguas, que acabam agregando seus valores sintáticos e fonéticos a outras, permitindo um processo bilíngüe. Como afirma Ilari (2001,p.140), “tem, portanto plausibilidade a tese de que as línguas dos povos romanizados não desapareceram por completo com a implantação do latim, mas se mantiveram determinando tendências à dialetação”.
Com o processo de dialetação, o sermo vulgaris foi modificado em cada região conquistada pelos romanos. Contudo esse processo de mudança se manteve enfraquecido enquanto o Império ainda era forte, porém com o declínio do poderio romano e com a invasão das regiões romanizadas por povos bárbaros, a língua romana sofreu um processo de modificação bastante acelerado. O latim se transformou em um dialeto diferente em cada região dominada, porém os dialetos conservaram vestígios da sua filiação ao latim no vocabulário, na morfologia e na sintaxe e, em alguns casos, até na semântica.
É importante também ressaltar as palavras de Coutinho (1976,p.27) quando diz que “não se deve admitir a falsa idéia de que o dialeto seja a corrupção de uma língua. O povo, quando modifica o idioma, obedecendo às suas tendências naturais, não o corrompe. A língua, como tudo na natureza, está sujeita a transformações inevitáveis.” Por este motivo as transformações fonéticas, morfológicas e sintáticas sofridas pelo latim vulgar não o corromperam, mas o transformaram pela tendência natural própria de qualquer língua em evoluir.
O latim era a Língua falada pelos romanos, povo que teve, através do seu Império, uma grande expansão pelo mundo, porém esta língua se subdividiu em duas vertentes, o Latim Clássico, chamado de sermo urbanus e o Latim Vulgar o sermo vulgaris. Como afirma Coutinho (1976,p.28), “não eram duas línguas diferentes, mas dois aspectos da mesma língua. Um surgiu do outro, como a árvore da semente”.
O sermo urbanus foi difundido por meio da língua escrita, com sua configuração nas obras dos escritores latinos. Usado pela classe culta, poetas, juristas, teatrólogos e por pessoas ligadas ao estudo da Literatura e da Gramática, era pouco acessível às classes menos favorecidas. Tinha como características um vocabulário apurado; o não uso de arcaísmos, neologismos ou palavras estrangeiras; correção gramatical e elegância de estilo; presença de cinco declinações com seis casos cada uma; quatro conjugações verbais; preferência pela ordem inversa; pequeno uso de preposições e era uma língua sintética. Por ser em sua maioria escrita ou usada pelos patrícios em situações de formalidade, era uma língua artificial, rígida que não refletia a vida vibrante do povo.
Já, o vértice do Latim que refletia bem o dinamismo do povo era o sermo vulgaris , primeiramente falado pelas classes inferiores do povo romano como militares, operários, agricultores, enfim, por toda a classe plebéia. Suas principais características eram opostas às do Latim Clássico. Havia grande emprego de arcaísmos, neologismos e estrangeirismos; não havia a preocupação com a correção gramatical e a elegância; por ser uma língua falada, houve confusão entre as declinações que se reduziram a três, e entre os casos, reduzidos a dois. No que se refere às conjugações, eram apenas três; e largo era o emprego de formas verbais compostas. Por ser uma língua analítica, tinha preferência pela ordem direta e um vasto emprego de proposições e de diminutivos.
À medida que o Império Romano se expandia, a língua latina era veiculada aos povos dominados que a usavam como língua oficial nos contatos com o dominador. O sermo vulgaris chegava aos novos domínios por meio dos militares, comerciantes dentre outros usuários do latim vulgar.
Do contato do latim com outras línguas surge uma situação lingüística de bilingüismo e era natural que o latim sofresse influências e mudanças, pois estava agindo sobre esta língua pressões paradigmáticas e sintagmáticas do sistema. Para entender melhor como a transformação de uma língua ocorre, é preciso compreender como estas pressões agem na mudança de um idioma e como agiram sobre o latim.
A pressão sintagmática tem ação interna, visto que um língua está sempre em transformação, pois os falantes criam, para implementarem o ato comunicativo, construções e palavras com o material lingüístico que está disponível em sua língua, fazendo com que exista uma mudança de dentro para fora.
Já a pressão paradigmática é uma força que age externamente ao idioma, como o encontro com outras línguas, que acabam agregando seus valores sintáticos e fonéticos a outras, permitindo um processo bilíngüe. Como afirma Ilari (2001,p.140), “tem, portanto plausibilidade a tese de que as línguas dos povos romanizados não desapareceram por completo com a implantação do latim, mas se mantiveram determinando tendências à dialetação”.
Com o processo de dialetação, o sermo vulgaris foi modificado em cada região conquistada pelos romanos. Contudo esse processo de mudança se manteve enfraquecido enquanto o Império ainda era forte, porém com o declínio do poderio romano e com a invasão das regiões romanizadas por povos bárbaros, a língua romana sofreu um processo de modificação bastante acelerado. O latim se transformou em um dialeto diferente em cada região dominada, porém os dialetos conservaram vestígios da sua filiação ao latim no vocabulário, na morfologia e na sintaxe e, em alguns casos, até na semântica.
É importante também ressaltar as palavras de Coutinho (1976,p.27) quando diz que “não se deve admitir a falsa idéia de que o dialeto seja a corrupção de uma língua. O povo, quando modifica o idioma, obedecendo às suas tendências naturais, não o corrompe. A língua, como tudo na natureza, está sujeita a transformações inevitáveis.” Por este motivo as transformações fonéticas, morfológicas e sintáticas sofridas pelo latim vulgar não o corromperam, mas o transformaram pela tendência natural própria de qualquer língua em evoluir.
2 comentários:
Amiga, lembro-me da época em que faziamos faculdade e quão sortudas fomos de ter a honra e o previlégio de termos a Mestra, não só no sentido da palavra, mas a expetacular Msc Madalena como ajudadora na nossa jornada de descobertas da Lingua Portuguesa. Ela está distante (e não ausente) de nós agora, mas vejo cada gesto, cada atitude de ensino e aprendizado em você. Mulheres fortes, determinadas, contribuidoras, aprendi muito com vocês... Saudade daquele tempo!
Poucas,pouquíssimas pessoas são capazes de entender o poder que a política exerce sobre as línguas.
Um estado imperialista impõe seus modos e costumes sobre outros povos.
Estes por sua vez se não têm poder de dissuasão são obrigados a adotar uma política de lealdade a fim de evitar um confronto desastroso com aqueles que detêm o poder.
No Brasil já existe lei que permite o cidadão brasileiro alterar seu nome adotando palavras de língua estrangeira que muitas vezes nem são nome próprio.
O Brasil não investe altas somas em dinheiro em pesquisas e desenvolvimento de tecnologia, se assim fosse teríamos mais uma força para resistir a influência de línguas estranhas à nossa e ainda estaríamos exportando a língua portuguesa (quanto mais se importa tecnologia mais se insere palavras de origem estrangeira no linguajar quotidiano)
O estado ainda não organizou a população brasileira em famílias e graus de parentescos para assim ostentar a fauna,a flora e os elementos geográficos brasileiros como nomes de família.
Não existe no Brasil uma disciplina que orienta os intelectuais a ostentar em seus trabalhos o alfabeto e a língua portuguesa.
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